sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A difícil tarefa de transformar um grupo de catequizandos numa comunidade


   Achei este texto muito interessante, pois fala de desafios que nós catequistas de crianças e adolescentes, estamos sempre enfrentando:
 
   "Nossos catequistas tem se defrontado com o desafio de lidar com crianças e jovens que vivem no mundo do computador e da internet e de apresentar-lhes valores cristãos quando são envolvidos diariamente a apelos da busca do individualismo na busca do próprio prazer.
   A preparação do catequista começa antes de receber a sua turminha. Em oração, é necessário pedir ao Espírito Santo que lhe conceda o dom de amar cada criança ou jovem que lhe for confiado. Que o catequista possa acolhê-los no coração e aceitá-los como Jesus o faz. Pedir que Jesus seja o Senhor da sua missão e ilumine o seu agir. Esta oração deverá ser feita sempre antes de cada encontro de catequese.
   Preparar-se para aceitar e acolher cada catequizando em sua maneira de ser e agir é muito importante. Se queremos ser o canal do amor de Jesus para ele, precisamos aceitá-los do jeito que são, sem colocar rótulos ou fazer julgamentos: “Esse menino não para quieto nunca! É sempre o fulano que bagunça! Aquela menina não quer nada com nada! Esse não tem jeito!”
   Não fazer comentários com outras pessoas sobre o comportamento de um catequizando. Isto ajuda a rotulá-lo.
  Ter em vista que o primeiro objetivo da catequese é formar uma pequena comunidade onde os catequizandos poderão experimentar o amor que Jesus quer que vivamos. Portanto, a norma de convivência entre os membros desta comunidade é:
   “Faça aos outros o que queres que façam a ti!”
Estabelecer normas de convivência é muito saudável.
   Uma vez estabelecidas as regras de convivência, cabe ao catequista providenciar para que sejam cumpridas. Os limites precisam ser respeitados. Como? Não com xingamentos e reprimendas. Nunca rebaixando. Basta questionar: fulano(a) qual foi o nosso acordo? Fulano(a), sua amiga gostaria de falar e não consegue, Vamos escutá-la?
Se o catequizando sentir firmeza no catequista, vai respeitá-lo.

   Aqui entramos em outro aspecto muito importante: a firmeza do catequista.
O catequista terá firmeza se tiver o cuidado de preparar bem o seu encontro tendo:
1 – Domínio do conteúdo: 
Ir para cada encontro dominando o conteúdo é extremamente importante para ganhar o respeito dos catequizandos. O catequista não é dono da verdade e nem sabe tudo, mas precisa ter segurança naquilo que vai apresentar para os catequizandos. Precisa ser honesto sempre. Se o catequizando fizer uma pergunta que não souber responder, não enrole. Diga que vai pesquisar e que dará a resposta no próximo encontro. E não se esqueça de dar esta resposta!
2 – Domínio da dinâmica do encontro: 
Preparar bem o encontro é fundamental! Testar as dinâmicas antes, decidir qual atividade é mais apropriada aos seus catequizandos; ter atividades extras para aqueles que fazem tudo muito antes dos outros; preparar o material necessário para o encontro; fazer a si próprio os questionamentos que fará aos catequizandos...
3 – Capacidade de levar à interiorização e à oração: 
Colocar os catequizandos na presença de Jesus. Nosso desafio é fazer Jesus acontecer na vida das nossas crianças e o meio mais eficaz é através da oração. Estar atento para todas as oportunidades de se colocar na presença de Jesus durante o encontro.

   Mesmo tendo todos esses cuidados, ainda vão surgir desafios como catequizandos que não conseguem ficar parados e querem chamar a atenção a todo instante. O que recomenda a psicologia?

   Em primeiro lugar, que todo o encontro deve ser prazeroso e alegre. Nenhuma criança ou jovem aguenta ficar parado ouvindo ou participando de algo maçante.
   Se mesmo assim o problema continua, é preciso conhecer um pouco mais sobre hiperatividade:
· A criança com hiperativa é sempre criticada, chamada de bagunceira e se sente frustrada por não conseguir corresponder às expectativas dos adultos. É preciso por isso oferecer-lhe atenção e carinho.
· O grupo precisa ter regras claras e que sejam seguidas por todos. Pelos adultos principalmente. Quem tem hiperatividade se esquece das coisas com facilidade e ter uma rotina regular ajuda a criança a se “organizar”.
· A criança com hiperatividade tem dificuldade de organizar suas próprias regras e o seu comportamento. Por isso é fundamental que na rotina dos encontros o catequista deixe as regras de conduta bem claras e explícitas. A criança precisa saber com clareza o que é esperado dela e como ela deve se comportar.
· Sempre elogie a criança quando ela conseguir se comportar bem ou realizar uma tarefa difícil. O estímulo nunca é demais. A criança precisa ver que seus esforços em vencer a desatenção e controlar a ansiedade estão sendo reconhecidos. Lembre-se que ela está sempre tentando corresponder às expectativas, mas às vezes não consegue.
· Atenção! A criança tem que ter limites claros e o respeito a eles precisa ser exigido. Com uma boa dose de carinho, evidentemente. Tudo precisa ser adaptado à realidade da criança. Não adianta nada tentar estabelecer uma disciplina militar que ela não é capaz de seguir.
· Convidar a criança a fazer coisas que a envolvam na atividade do grupo e aumentem a sua autoestima. Usar a sua criatividade. Cuidado para não chamar a atenção das outras crianças que poderão rotular a companheira· Colocar a criança em uma posição estratégica, no grupo, mais próxima do catequista.
   Conclusão: o catequista precisa ter bastante jogo de cintura e escutar seu coração. Lembrar que a criança não está conscientemente desacatando sua autoridade nem o rejeitando.
A troca de experiência entre os catequistas da mesma paróquia ajuda muito. O grupo de catequistas deve ser uma comunidade. “O caminho para que a paróquia se torne verdadeiramente uma comunidade de comunidades é inevitável, desafiando a criatividade, o respeito mútuo, a sensibilidade para o momento histórico e a capacidade de agir com rapidez.” (DIRETRIZES GERAIS PARA A AÇÃO EVANGELIZADORA NA IGREJA NO BRASIL 2011-1015)
   Se a tarefa é difícil, é também muito prazerosa, pois conseguir fazer Jesus acontecer na vida de nossas crianças é muito gratificante.
   Portanto, caros catequistas: Coragem! Pois vale muito a pena! "
                                                                                                                                                                                      Liana Plentz 
Coordenadora da Iniciação à Vida Cristã para crianças
Vicariato de Porto Alegre

2 comentários:

Cláudia de Jesus Pinheiro disse...

Oi Ivani, é isso aí... muito carinho e olhar as crianças com o olhar de Jesus... assim tudo fica mais fácil e prazeiroso.

Ótimo texto.

Paz de Cristo!

Angela disse...

Olá, amiga!
Passando para desejar a você um final de semana abençoado com a luz de Cristo!
Abraços carinhosos